Obesidade: entenda o que é e como você pode ajudar quem sofre dessa doença crônica

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Evite brincadeiras de mau gosto e comentários que muitas vezes podem parecer inofensivos.

Você fica tão mais bonita(o) magra(o)”. Se engana quem pensa que frases como essa demonstram afeto e podem ser consideradas um elogio. Para aqueles que sofrem com a obesidade, comentários assim machucam, fazem a pessoa se sentir inferior e com vergonha do próprio corpo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a obesidade como uma doença crônica, com acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo, que precisa ser tratada. Aliás, como as demais doenças crônicas, o tratamento é contínuo e deve ser orientado e acompanhado por um profissional de saúde. A doença pode levar a complicações, como diabetes, hipertensão, além de reduzir a expectativa de vida.
É considerado com obesidade o indivíduo com Índice de Massa Corporal (IMC) maior ou igual a 30 kg/m2. A faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Dados do Ministério da Saúde apontam que um em cada cinco brasileiros tem obesidade ou sobrepeso. São cerca de 40 milhões de brasileiros com obesidade. No mundo, a obesidade atinge mais de 1 bilhão de pessoas.

Estigma da obesidade
Atitudes e comentários negativos, às vezes podendo parecer positivos, estão diretamente relacionados ao estigma da obesidade, um tipo de preconceito relacionado ao peso que uma pessoa possui. As brincadeiras, as ações, tudo isso prejudica o estado emocional, psicológico e a saúde.

A jornada do paciente com obesidade não é tão simples quanto alguns acreditam. Não é sobre falta de vontade de parar de comer ou de disciplina. A falta de entendimento da sociedade sobre o fato de ser uma doença apenas reforça estereótipos. Por isso, a conscientização precisa acontecer em todas as esferas, inclusive junto aos profissionais de saúde, que são fundamentais para que haja adesão ao tratamento.

Um estudo da OMS levantou os grupos que mais sofrem com preconceito contra a obesidade. São crianças em idade escolar – 63% têm mais chances de sofrer bullying -, pessoas que sofrem descrédito dentro do ambiente de trabalho – 53% dos participantes da pesquisa relataram casos assim, – e pacientes – 69% dos adultos respondentes passaram por algum tipo de constrangimento ao procurar ajuda médica.
Ainda de acordo com o estudo, mais de 70% das imagens e vídeos da mídia reforçam os estereótipos da obesidade. As redes sociais são um ponto de alerta porque propagam debates muitas vezes equivocados sobre o assunto.
Segundo a pesquisa Obesidade e Gordofobia Percepções 2022, 72% das pessoas com obesidade relatam ter sofrido constrangimento em casa por familiares. Frases como “você é tão bonita de rosto”, são comuns nesse tipo de situação e só contribuem para proliferar o estigma da obesidade.

As cobranças e as frases de “carinho” ao invés de ajudar, fazem com que a pessoa se sinta culpada e com vergonha do próprio corpo. Com isso, ela deixa de entender que a obesidade é uma doença crônica e demora para buscar tratamento. Familiares e amigos próximos devem respeitar e apoiar a pessoa com obesidade, para que ela se sinta em um ambiente seguro para falar sobre o assunto e, assim, buscar tratamento com especialistas.

Referências:

•Dia Mundial da Obesidade 2022: Acelera ação para Acabar com a Obesidade. Organização Pan-Americana da Saúde. Disponível aqui. Acessado em 20.09.2022
•Weight bias and obesity stigma. World Heath Organization. Março de 2017; p. 01-05. Disponível aqui. Acessado em 08.09.2022
•Obesidade e a Gordofobia Percepções 2022. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). Disponível aqui. Acessado em 16.09.2022
Fonte: G1

ViaG1
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