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Censo revela carência de serviços e políticas públicas em quilombos

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Censo revela carência de serviços e políticas públicas em quilombos

Censo revela carência de serviços e políticas públicas em quilombos

Segundo o Censo são mais de 8 mil comunidades quilombolas no país

Desse contingente, 81% , pouco mais de 822 mil, eram alfabetizados e 18,99%, em torno de 192 mil, eram analfabetos. Esse índice revela que a taxa de analfabetismo de quilombolas a partir de 15 anos de idade era 2,7 vezes superior à registrada na população total residente no Brasil.

Em relação ao perfil  de domicílios existentes dentro dos quilombos oficialmente delimitados, o  Censo aponta que 90% dos moradores convivem com alguma forma de precariedade no saneamento básico. 18,21% declararam não ter água encanada e apenas 33,61% utilizavam a rede geral de distribuição de água como método principal de abastecimento. Outros 31,85% utilizavam poço profundo ou artesiano.

Para 59,45% dos moradores quilombolas. em territórios reconhecidos oficialmente, o principal tipo de esgotamento sanitário era fossa rudimentar ou buraco. A rede geral de esgoto chegava a apenas 6,53% dessa população.

Uma outra questão ambiental foi revelada pelo Censo: a principal forma de descarte do lixo informada pelos quilombolas foi a queimada na propriedade. 65,49% disseram utilizar este método, enquanto 30,49% tem acesso a coleta direta ou indireta de serviço de limpeza.

Em 2022, existiam 8.441 localidades quilombolas no território brasileiro, 63,81% delas estão na Região Nordeste e o Maranhão é o estado com maior número: são 2.025 localidades. O município com maior quantitativo também é do Maranhão: a cidade de Alcântara tem 122 comunidades.

Essas áreas se caracterizam por possuírem pelo menos 15 pessoas declaradas quilombolas e as moradias estão a no máximo 200 metros de distância umas das outras.

O gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas da Diretoria de Geociências do IBGE, Fernando Damasco, destacou a importância desse recorte do Censo como ferramenta de apoio, seja para pesquisas ou políticas públicas.

“Convidamos os pesquisadores, gestores públicos, lideranças e demais interessados que acessem os dados disponibilizados no nosso portal, que pode ser agora um novo ponto de partida, para que as políticas públicas possam alcançar essas comunidades, restituindo-lhes direitos e condições para sua reprodução física, social, cultural e territorial. Certamente hoje ampliamos o retrato geográfico do nosso país e recebemos mais um instrumento para que a cidadania possa se alargar e alcançar todas as pessoas, nos lugares em que se encontram”.

As comunidades quilombolas estão em 25 das 27 Unidades da Federação. Apenas Acre e Roraima não registram essa presença.

O levantamento completo do Censo Demográfico 2022 Quilombolas: Alfabetização e Características dos Domicílios está disponível no site do IBGE.

Edição: Ana Lúcia Caldas / Eliane Gonçalves

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